“Eu mexido” Uma reflexão pessoal sobre a leitura do livro de Paulo Freire: Pedagogia da Autonomia

        É interessante a diversidade de “Eus mexidos ” que este livro foi capaz de desencadear em mim tanto em relação a uma reflexão intrapessoal quanto nas minhas relações interpessoais na sala de aula ou nos demais ambientes que transito.

   ” Eu mexido” em relação à minha própria identidade no exercício da docência, Como tenho lidado com a minha própria autonomia?

Para uma aplicação prática dos conhecimentos em pedagogia da autonomia antes precisamos desse momento de reflexão:

  1. Autonomia: Até que ponto tenho sido autor na sala de aula de um currículo livre de ideologias?
  2. Praxis: Como lidar com os meus preconceitos e evitar sua transcendência para minha prática?
  3. Curiosidade Epistemológica: Será que eu tenho permitido ao meu aluno exercer sua curiosidade epistemológica e sua inquietude?
  4. Autoridade:No exercício de autoridade na docência posso ter  sido em algum momento arbitrária ou autoritária?
  5. Dialogicidade:Como tem sido a minha comunicação com meus alunos: Meu discurso é vertical ou democrático? Escuto e “falo a eles” ou ” falo com eles” ?
  6. Mediação:Tenho sido transparente em minhas próprias opiniões ou até que ponto minha neutralidade tem sido um desrespeito aos meus alunos?

Ao fazer a releitura de alguns trechos do livro para essa atividade me deparo com alguns conceitos e colocações do autor que não havia apreendido…..que bom que li de novo!

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

Atividade Proposta em Aula discussão de palavras fazendo uma relação entre o livro de Paulo Freire e Currículo:03/05/13

Fizemos essa atividade em dupla.Contei com a ajuda da colega Cynthia na elaboração deste resumo. Na atividade proposta foram listados alguns princípios relacionados ao livro de Paulo Freire”Pedagogia da Autonomia” os quais deveríamos relacionar ao currículo:

  • Mediaticidade
  • Politicidade
  • Experiencialidade
  • Criticidade
  • Reflexibilidade
  • Democraticidade

Ficamos com o princípio da Experiencialidade:

Ao iniciarmos a discussão concluímos:

  • Ser experiencialidade sinônimo de Vivência.
  • O ser humano é o único animal capaz de construir o conhecimento através da experiência.
  • Também conseguimos compreender que este livro é o resultado da Própria experiência do autor :

Capítulo 1:        Prática docente: Primeira Reflexão “Não existe docência sem discência”

  • Quem ensina aprende  o ensinar,quem aprende ensina o aprender(conhecimento existente X conhecimento não existente).
  • O Professor deve ser capaz de despertar no aluno a curiosidade,a busca do conhecimento e a necessidade de aprender de forma crítica.
  • Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa,foi aprendendo socialmente que a humanidade descobriu que era possível ensinar.
  • O educador pode estabelecer uma relação entre os saberes curriculares e a experiência social que os alunos tem como indivíduos.
  • A experiência educativa não deve ser transformada em puro treinamento técnico,pois amesquinha o caráter formador do aluno.Esta relação deverá sempre estrar embasada na ética.

Capítulo 2:       Ensinar não é transferir Conhecimento

  • Ensinar não é transferir conhecimento mas criar as possibilidades para sua produção e construção.
  • Ensinar exige a consciência do inacabamento: Quando se reconhece a ” inconclusão do saber”, o sujeito permanece num processo social de busca.
  • Ensinar exige curiosidade,crítica e bom senso = Experiência
  • Ensinar exige uma prática educativa clara e atualizada.

Capítulo 3:    Ensinar é uma especificidade Humana

  • A experiência leva a segurança, a autoridade e a competência profissional.
  • Desideologizar: O saber prático crítico de que a educação é uma forma de mudar o mundo dentro dos conhecimentos e conteúdos diversos.
  • Oportunidade de diálogo e saber expressar sua afetividade sem medo.

Fichamento de Leitura do Livro:” A pedagogia da Autonomia” Autor Paulo Freire

FICHAMENTO DE LEITURAS

  • Tipo: livro:Pedagogia da Autonomia
  • Assunto / tema: Pedagogia
  • Referência bibliográfica: FREIRE,P.Pedagogia da Autonomia:Saberes Necessários à Prática Educativa,São Paulo,Paz e Terra,2011.

Este livro aborda de uma maneira facilmente compreensível todas as dificuldades da prática docente ,nos ajuda na sua análise e propõe uma reflexão crítica sobre a educação contemporânea.Também aborda temáticas de expressão bem mais amplas que vão questionar posturas individuais e coletivas diante da autonomia dos sujeitos.Paulo Freire escreve de uma forma clara e torna a leitura leve,quase um diálogo com o leitor,por vezes somos tomados pelo desejo de ler novamente suas citações tamanho é o impacto que suas reflexões despertam.

  • Citações:

Gostei em particular dessa citação da página 105, ao nos reconhecermos como sujeitos não só das nossas decisões ,mas também do nosso  futuro e da nossa felicidade:

“Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém.Por outro lado ninguém amadurece de repente aos vinte e cinco anos.A gente vai amadurecendo todo dia,ou não.A autonomia,enquanto amadurecimento do ser para si, é processo,é vir a ser”

Penso que não só no ambiente escolar mas também na família essa estimulação da autonomia tem importância vital,seguem as citações da página 104:

“Não há decisão a que não se sigam efeitos inesperados.Por isso é que a decisão é um processo responsável.Uma das tarefas pedagógicas dos pais é deixar óbvio aos filhos que sua participação no processo de tomada de decisão deles é uma intromissão, mas um dever,até,desde que não pretendam assumir a missão de decidir por eles. A participação dos pais se deve dar sobretudo na análise,com os filhos,das consequências possíveis da decisão a ser tomada.”

“É decidindo que se aprende a decidir.Não posso aprender a ser eu mesmo se não decido nunca porque há sempre a sabedoria e a sensatez de meu pai e de minha mãe a decidir por mim”.

Algumas citações das paginas 67 e 68 questionam o nosso próprio aprendizado como seres privilegiados na natureza:

“Mulheres e homens somos os únicos seres que,social e historicamente,nos tornamos capazes de apreender. Por isso,somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora,algo,por isso mesmo,muito mais rico do que meramente repetir a lição dada.Aprender pra nós é construir,reconstruir,constatar para mudar,o que não se faz sem abertura ao risco e a aventura do espírito”

“A capacidade de aprender,não apenas para nos adaptar,mas sobretudo para transformar a realidade,para nela intervir,recriando-a,fala de nossa educabilidade a um nível distinto do nível do adestramento dos outros animais ou do cultivo das plantas”

  • Considerações:

Trata-se de um livro que deveremos ler e reler em diversos momentos de nossa pratica educativa.Traz reflexões que podemos utilizar em nossa vida diária e com as pessoas com as quais nos relacionamos.Propõe uma mudança na nossa própria noção de autonomia e liberdade.
Indicação da obra: A todos que queiram ensinar ou aprender,sendo ou não educadores ou educandos.

  • Local: O livro tem comércio livre e baixo custo . Fácil acesso em bibliotecas e livrarias.

Resumo Aula 19/04/2013

Iniciamos a aula com a apresentação feita por nossas colegas Daniela,Camila e Thayná de um texto do autor Sacristan :

                                    “Currículo uma reflexão sobre a prática”

  • Na interpretação o autor tenta definir e teorizar currículo, cita que a teorização do currículo é “pobre”.
  • Definição de currículo como sendo uma “ponte entre a sociedade e a escola” 
  • O currículo elaborado à margem do ambiente escolar é escasso.Este se traduz em atividades “O que se faz em sala de aula ,a postura do professor”
  • Discutimos com a professora Rita que Ato curricular não é um ato aleatório,está dentro de uma definição de tempo e espaço.Faz-se por uma intencionalidade e através da construção de sentido.Atividades definidas,programadas e articuladas pelos sujeitos.
  • Uma visão crítica de currículo questiona o quanto os professores se  tornam assujeitados diante de um currículo prescrito.Este assujeitamento é fruto da Hegemonia e do interesse ideológico.
  • Os movimentos de resistência dos sujeito ao que lhe é imposto,vão mostrar que currículo é processualidade.Este só acontece verdadeiramente na relação dos sujeitos,na sua interação.
  • Currículo é construção social e não apenas formação para o trabalho como a ideia presente na construção do Taylorismo e do Fordismo que são criticados por Marx, que aponta nessa intenção a perversidade do capitalismo. 
  • Concluímos a discussão com a compreensão que há diversas maneiras de definir currículo,porém não há um consenso, é mais fácil definirmos currículo pelo que ele “não é”.

O outro artigo dos autores Flávio Moreira e Regina Leite foi apresentado pelas colegas Bianca, Josy e Ana Carla:

                            “Começando uma conversa sobre currículo”

  • Reflexão: “Qual é a melhor maneira de abordar o currículo?” Forma abrangente ou restrita?
  • Esta escolha tem a ver com as relações de poder dentro e fora da escola ?
  • A crítica é válida se desperta no sujeito um novo posicionamento.
  • Quem define normas curriculares são pessoas que sabem a realidade das salas de aula?
  • Quem são os professores que atuam na prática,qual é a sua formação: Professores mal-formados ou deformados?

 

Para Refletir: A Pipoca (Rubem Alves)

A pipoca

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de “culinária literária”. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.As comidas, para mim, são entidades oníricas.Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.

A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida…). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé…A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

“Morre e transforma-te!” — dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.Por exemplo: em Minas “piruá” é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: “Fiquei piruá!” Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.

Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida perdê-la-á”.A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira…

“Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu”.

 

Admiro a forma inteligente de Rubem Alves aplicar suas metáforas comparando o comportamento humano a situações simples do cotidiano.Obviamente que ao fazer pipoca jamais teríamos esta elaboração psíquica, e acreditar no quanto nós seres humanos através de algumas vivências podemos reagir e transformar sentimentos em mudanças internas as quais chamamos capacidade de resiliência. Mas tais mudanças não acontecem tão facilmente,precisamos ser tocados pelo desejo de sermos diferentes,de nadarmos contra a corrente e de vencermos os tabus que nós mesmos alimentamos. Todos nós já fomos em alguns momentos em nossa vida aquele milho pequeno e frágil que não se dava conta que poderia um dia pelo calor do momento se transformar em algo diferente,que pudesse ser apreciado e saboreado pelos outros.Se não construírmos a nossa identidade em relação ao ensino não passaremos de “meros pirúas”. Mas se percebo o quanto sou capaz de modificar os meus conceitos posso contribuir para ser o fogo que aquece aquele que se acomodou diante de sua crença de ser imutável.Hoje me permito ser aquecida pelo fogo do conhecimento e percebo que já estou diferente,ainda não me sinto pipoca mas estou com muita vontade de mudar……..

 

 

Em 12/04/2013 : Resumo do seminário sobre Educação escolar no Contexto das Transformações da Sociedade Contemporânea

O seminário foi apresentado pelos colegas Zaqueu e Cynthia de forma clara e instigante para abrir a discussão que eu considerei bastante produtiva.

  • Houve uma discussão sobre a globalização da informação e o avanço da tecnologia e sua influência sobre as pessoas, a escola e a sociedade.
  • Questionamos se as mudanças que ocorreram na educação poderiam ser causa ou consequencia da revolução tecnológica.
  • Vimos que a globalização veio para reforçar a evolução da idéia do capitalismo: “A revolução informacional estabeleceu um novo instrumento de dominação da sociedade pelo capitalismo: a informação”
  • Em contrapartida aos avanços tecnológicos e seus benefícios no campo das ciências,a sociedade passa a sofrer as consequencias da modernização:crise social,desemprego,risco do uso da tecnologia na fabricação de bombas e armas.
  • Aprendemos o conceito de Neoliberalismo:  “doutrina econômica que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo” .Segundo essa visão”O fracasso escolar seria responsabilidade do próprio aluno e não receberia a influência do contexto escolar que este estaria inserido”
  • No Neoliberalismo a responsabilidade do Estado seria substituída pela responsabilidade da sociedade.
  • Refletimos sobre a  influência do Neoliberalismo na educação na defesa da ideia de igualdade e universalização do ensino.Daqui surgiu o seguinte questionamento:” A educação é para todos?”
  • Segundo a teoria Marxista  e por interpretação de Antônio Gramsci :Há uma classe social que domina de forma hegemônica outras classes.E é esta elite Hegemônica que através de um discurso crítico e ideológico definiria o Currículo.
  • O neoliberalismo também seria responsável pela competitividade em relação aos resultados e pela necessidade no mundo atual de classificação e comparações: a necessidade de crescimento na produtividade do professor onde não importa a avaliação da eficiência e qualidade deste produto.
  • Aprendemos que o termo qualidade é polissêmico:Qualidade pra quê? Qualidade pra quem?O que é útil pra mim?Essa relação me serve pra que?
  • Há uma necessidade por parte do professor de desenvolver uma certa criticidade diante dos discursos ideológicos :“Vamos tirar as lentes da ideologia para ler isso” disse a nossa Professora Rita Stano.
  • É necessário uma leitura não hegemônica por parte do professor:Há de haver uma certa organicidade,ou seja ,um compromisso com em despir a ideologia que está camuflada nessas organizações.

Qual o tamanho do professor diante do currículo?

Então, quando nos deparamos com a epígrafe de Santo Agostinho: 
“Não vês que somos viajantes? E tu me perguntas: que é viajar? Eu respondo com uma palavra: é avançar! Experimentais isto em ti. Que nunca te satisfaças com aquilo que és, para que sejas um dia aquilo que ainda não és. Avança sempre! Não fiques parado no caminho!”

Se compararmos com a citação de Jiddu Krishnamurti : “Afirmo que a Verdade é uma terra sem caminho. O homem não pode atingi-la por intermédio de nenhuma organização, de nenhum credo (…) Tem de encontrá-la através do espelho do relacionamento, através da compreensão dos conteúdos da sua própria mente, através da observação. (…)”.  

E com a fala de Chimamanda Adichie em “Os perigos de uma História ùnica”: “Todas essa histórias  fazem-me quem eu sou,mas insistir nessas histórias Negativas é superficializar minha experiência e negligenciar as minhas outras histórias que formaram-me”             

 A ideia principal está centrada na importância que há em descobrirmos, compreendermos e valorizarmos  a nossa identidade diante das questões as quais nos propomos defender….

Quem sou eu,o que pretendo,o que trago como verdade e o que ainda preciso descobrir? Quantas histórias únicas tenho contato ao longo de minha vida? Quantas ouvi e em quantas acreditei? Quantas ainda irei contar………

Como eu posso apresentar o novo para vivenciar a praxis de uma mudança curricular se eu trago em mim velhos conceitos e preconceitos?

Mudo a minha maneira de pensar e transformo “as velhas formas do viver”?

Preciso aprender a conhecer…

 

Vídeo para Seminário com compartilhamento:” Os perigos de Uma história ùnica”

http://www.ted.com/talks/lang/pt/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html

Este texto foi produzido com base no vídeo da historiadora nigeriana Chimamanda Adichie, “Os perigos de uma história única”, e no texto “Há polissemia?” de Roberto Sidnei Macedo.

A nova ética da relação com o saber, o conhecimento científico e a formação, nesse movimento contemporâneo de inovação curricular, implica um compromisso político, ético e pedagógico que possa assegurar uma aprendizagem consistente e qualificada garantindo competência e cidadania, respeitando as particularidades culturais do indivíduo.

Assim como destaca a historiadora sobre a importância de uma identificação do seu próprio existir na literatura através de sua herança cultural, na obra de Tomaz Tadeu da Silva (2002), intitulada “Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo”, o autor faz uma importante análise sobre as teorias do currículo desde sua origem até as teorias pós-criticas, e a contribuição destas nos estudos sobre o currículo e suas implicações na formação da subjetividade e identidade dos sujeitos. As teorias do currículo procuram justificar a escolha de determinados conhecimentos e saberes em detrimento de outros considerados menos importantes.

Na citação do vídeo “Mostre a um povo como uma coisa, como somente uma coisa, repetidamente, e será o que eles se tornarão”, compreendemos a ideia de que o currículo reproduz a sociedade, sua estrutura e dinâmica, seja em níveis classistas, seja em níveis de outras formas de hierarquização, como as exclusões étnico-raciais, por exemplo, a crítica curricular denuncia também o processo de homogeneização veiculada pelo currículo, em favor dos grupos hegemônicos e suas cosmovisões. Reivindica enfaticamente que as formações assumam a preparação para uma competência política capaz de desvelar as injustiças e, ato educativo, afirmar políticas justas, tomando como referência a heterogeneidade da sociedade.

No conceito de curricula inclui ideologias e formas instituintes de poder caracterizando a expressão “nkali” (Ser maior do que o outro), o que podemos observar na relação de dominação existente no campo (espaço multidimensional de relações sociais entre agentes que compartilham interesses em comum e disputam por troféus específicos, mas que não dispõem dos mesmos recursos e competências). “Tudo realmente depende do poder”, diz a historiadora.

É importante compreender como as diferenças são produzidas através das relações de desigualdade. Para obter a igualdade, é necessária uma modificação substancial do currículo existente. A história única enfatiza como somos diferentes ao invés de destacar como podemos ser semelhantes e assim como o poder ideológico rouba das pessoas sua dignidade.

Aula dia 22/03/2013: Discussão sobre os artigos de Roberto Sidnei Machado:

A leitura embora difícil por conter termos com os quais até então eu não estava familiarizada,foi muito interessante e veio arrematar a discussão sobre o significado de currículo da aula anterior.Após a leitura tive muitas dúvidas e pude entender:

  • O conceito de Campo de Bourdieu: Nichos de atividade Humana nos quais se desenrolam lutas pela detenção do poder simbólico que produz e confirma significados.
  • Currículo: Campo historicamente construído onde se desenvolve o seu argumento e o seu jogo de compreensões mediadoras,caracterizado por uma alteridade histórica.
  • Alteridade Histórica:Concepção que parte do pressuposto básico de que todo homem social interage e interdepende de outros indivíduos.A existência do “eu individual” só é permitida mediante um contato com o outro.
  • Currículo é praxis: Ação/reflexão.(Transformar ação docente em prática)
  • Currículo é mediação entre a sociedade e a escola.
  • Currículo sempre será ideológico e errante
  • A errância tem um caráter dialético

Para reflexão:

“Não vês que somos viajantes? E tu me perguntas: Que é viajar?  Eu respondo com uma palavra: é avançar!

Experimentais isto em ti,que nunca te satisfaças com aquilo que és,para que sejas um dia aquilo que não és.

Avança sempre! Não fiques parado no caminho”

                                                                                                               Santo Agostinho

Pensei bastante na subjetividade deste trecho da obra de Santo Agostinho.e aí vai a minha compreensão: somos seres inacabados, imperfeitos e sobretudo insatisfeitos……erramos por esperar dos outros as mudanças que precisam ser concretizadas em nós mesmos.Penso na flexibilidade cognitiva que me permite uma adaptação a estes novos paradigmas e no quanto espero ser capaz de refletir sobre o “ideal”e o “real” da minha praxis.

Poesia para reflexão

NÃO ENTENDO O ESPANTO
Adivinhe onde eu ando?
                                                                                          Há um tempo procuro e não sei.
Não entendo o teu espanto
Adivinhe o que escondo?
Já é tempo de tudo dizer, se eu caio ou se levanto.
Eu sou tolo assim
Como tudo que escapou de mim
Ao passar de meus anos
                               Sou louco assim.
Como tudo que é estranho em ti:
Tua força e teu pranto.
Adivinhe o que planto?
                                                                                                    Sementes de tudo que sei.
Ao pesar meus enganos
Eu mudei os meus planos.
                                                                                                                 Já é tempo de tudo saber.
Como se dói um tombo
E eu ainda te estranho e ainda me engano
Porque o caminho é longo
E eu não me importo onde ando.
Trago aqui pedaços de tudo que vivi
Se eu ainda te espanto
Vou seguir a estrada que há muito parti
E levar-te em meus sonhos.
Adivinhe onde eu ando?
Adivinhe onde eu escondo?
Adivinhe o que planto?
Bem eu… Mudei meus planos
Pedaços…                                                                                                      Trago aqui.
Pensei que a pouco consegui retornar para “A estrada que há muito parti” e por escolhas pessoais ou contingências do destino tive que abandonar.Volto mais forte e cheia de vontade,trago o que vivi mas acho pouco,quero aprender mais.Planto meus sonhos e a minha história,meus erros e vitórias.”Sou louco assim”…….. Planto esperança naqueles que descrentes de seu valor me procuram….planto alegria e otimismo para os que não acreditam mais que o futuro pode mudar,planto a certeza que somos senhores da nossa própria felicidade.